Beijada
por um Anjo
É
o tipico romance água com açúcar, que aborda de maneira inusitada
as dificuldades de algumas famílias em se refezerem dos percausos da
vida.
Beijada
por Um Anjo me lembra da minha infancia quando via sempre minha mãe
com os torridos romances de Sabrina, Júlia, Bianca..., nas mãos.
Kkk
Apesar
da recordação inicial o romance é suve divertido e nos deixa a boa
sensação… humm... ou deveria dizer nos deixa a esperança que há
sempre um amor para nos guardar...
É
da natureza dos romanticos, sonharem com amores arrebatadores e sem
fronteiras, e no meu caso vivenciar a mocinha e cobiçar o galã. Kkk
Como
nos leitores podemos observar o primeiro livro da Série
Beijada Por Um Anjo, não poderia ser diferente, pra começo
de conversa eles nos situa os acontecimentos, aborda a transição de
espaço e tempo, seguindo pelas descobertas, que nos abrem novos
horizontes e nem por isso mais faceis... E assim segue a epifania de
forma inusitada e com um final surpeendentemente leve.
Ivy
sempre acreditou em anjos… Quando ela conhece Tristan, descobre que
ele é o amor da sua vida. Quando ele morre, seu coração está
quebrado e sua crença em anjos desaparece. E sem essa crença, ela é
incapaz de sentir a presença de Tristan, quando ele retorna – como
um anjo.Agora, Ivy está correndo um terrível perigo, e Tristan está
lutando para salvá-la. Como ele conseguirá protegê-la se ela
perdeu a fé em anjos? E se ele conseguir salvá-la, ele terá
terminado sua missão aqui na terra e terá que partir para sempre
deixando-a para trás. Afinal, Salvar Ivy seria o mesmo que perdê-la
justamente quando consegue reencontrá-la?
“Esta
obra é digitalizada e traduzida pela Comunidade
Traduções e Digitalizações com
o intuito de proporcionar, de maneira totalmente gratuita, e
beneficiar a leitura àqueles que não podem pagar, ou não conseguem
ler em outras línguas….”
Para
os amigos e amantes da leitura deixo a dica ;)
- Twitter – http://twitter.com/tradu_digital
Capitulo
1
Nunca
imaginei que o banco de trás de um carro pudesse ser romântico –
disse Ivy, reclinando– se, sorrindo
para
Tristan. Em seguida, olhou para a bagunça que estava no chão do
carro. – Talvez fosse melhor você tirar a
sua
gravata de dentro do corpo do Burger King.
Tristan
pegou a gravata encharcada e jogou– a no banco da frente, depois
sorriu e sentou– se ao lado de Ivy
novamente.
– Ai!
– o odor de flores esmagadas espalhou– se por todo o carro.
Ivy
deu uma gargalhada.
–Qual
é a graça? – perguntou Tristan, tirando as rosas esmagadas
grudadas em suas costas, não conseguindo
evitar
o riso.
– E
se alguém passar por ai e reparar no adeviso de sacerdote do seu pai
colado no pára– choque do carro?
Tristan
jogou as flores no banco da frente e trouxe Ivy para mais perto de
si. Deslizou a mão pelo vestido de
seda,
que ela usava deu um beijo suave em seu ombro. – Eu falaria que
estava com um anjo.
– Ah!
Que conversa fiada!
– Ivy,
eu te amo – disse Tristan, ficando serio subitamente.
Ela
olhou para ele e depois mordeu os lábios.
–Isso
não é um jogo. Eu amo você, Ivy Lyons, e um dia você vai
acreditar em mim.
Ela
deu– lhe um abraço apertado. – Te amo, Tristan Carruthers –
sussurrou em seu ouvido. Ivy acreditava e
confiava
nele como jamais havia confiado em alguém. Um dia, criaria coragem
para dizer, com todas as letras,
―Eu
te amo, Tristan.‖ Colocaria a cabeça para fora da janela e
gritaria. E até colocaria uma faixa bem no meu da
piscina
da escola.
Depois
disso, levaram alguns minutos para se arrumar. Ivy começou a rir de
novo. Tristan sorriu ao vê– la
tentar
inutilmente te arrumar os cabelos desalinhados. Em seguida,
ligou o carro, passando por cima dos
buracos
e das pedras até chegar à estrada estreita.
–Última
olhada no rio – disse assim que fizeram uma curva, desviando– se
do lugar em que estavam.
O
sol de junho dominava toda a região oeste do interior de
Connecticut, enviando os seus raios de luz às
copas
das arvores, cobrindo– as como se fossem ouro. A estrada sinuosa
parecia um túnel de bordos, álamos e
carvalhos.
Ivy sentia estar nadando em meio às ondas com Tristan, o sol
brilhando no alto, os dois juntos em
movimento
uníssono, em direção a um abismo de azul, roxo e verde– escuro.
Tristan ligou os faróis do carro.
–Você
não precisa correr – disse Ivy. – Não estou mais com fome.
– Eu
matei a sua fome?
Ela
balançou s cabeça negativamente. – Acho que me alimentei de
felicidade – respondeu suavemente.
A
velocidade do carro contorneava aumentando pelas curvas da estrada. –
Já falei que a gente não precisa
correr.
–Engraçado.
Não sei o que… Não parece que… – murmurou Tristan, olhando
para os pés.
– Vá
mais devagar está bem? Não tem problema se a gente se atrasar um
pouquinho.
– Ah!
– Ivy apontou para frente da estrada. – Tristan!
Havia
algo saindo do meio dos arbustos e parando no meio da estrada. Não
dava para ver o que era. Só dava
para
perceber a movimentação por entre as sombras. E, então, o cervo
parou. Virou a cabeça e olhou fixamente
para
as luzes dos faróis.
–
Tristan!
– eles estavam cada vez mais próximos dos olhos brilhantes. –
Tristan, você não está vendo?
A
velocidade não parava de aumentar.
–Ivy,
tem algo…
–Um
cervo!
Os olhos do animal reluziam. Havia uma luz atrás dele, uma mancha brilhante em meio à escuridão. Um
carro
vinha na outra pista. Do outro lado, havia inúmeras árvores. Não
tinha como eles desviarem nem para a
esquerda
nem para a direita.
–Pare!
– ela gritou.
–Estou…
–Pare!
Porque você não para? – ela implorou. –Tristan, pare!
O
para– brisas explodiu.
Nos
dias que se seguiram àquele, Ivy não conseguia se lembrar de nada,
além da cascata de vidro estilhaçado.
Ivy
deu um pulo ao ouvir os tiros. Odiava piscinas, especialmente
piscinas cobertas. Apesar de ela e suas
migas
estarem a uns 300 metros da piscina, sentia– se como se estivesse
nadando. O ambiente não passava de
uma
névoa úmida, escura, de cor verde azulada e com um forte cheiro de
cloro. Todo ecoava, o som dos tiros,
os
gritos da multidão, os nadadores caindo na água. Assim que Ivy
entrou na área da piscina coberta, sentiu falta
de
ar. O que ela queria mesmo era estar lá fora, apreciando a brisa e o
sol daquele belo dia de março.
–Deixe–
me ver de novo. Qual deles é ele? – perguntou.
Suzanne
Goldstein olhou para Beth Van Dyke. E Beth também olhou para
Suzanne. As duas balançaram a
cabeça
negativamente, suspirando.
–Ah
ta, como é que eu posso saber quem é ele? Todos estão depilados,
todos eles, sem exceção: braços
depilados,
pernas depiladas e até peitos depilados – um bando de carecas
usando toquinhas de borracha e óculos
de
natação. Todos usam sungas com as cores da escola. Pelo que
sei, podiam muito bem ser um bando de
alienígenas.
– Se
eles são alienígenas, vou me mudar para o planeta deles – disse
Beth sem parar de clicar a ponta da sua
caneta.
Suzanne
tirou a caneta das mãos de Beth e disse com a voz rouca: – Meu
Deus, como eu gosto de
competição
de natação!
– Mas
você nem liga para os nadadores quando a competição começa –
comentou Ivy.
–
Porque
estou olhando para o próximo grupo a subir nos trampolins –
explicou Beth.
–
Tristan
é o que está na raia central. Os melhores nadadores sempre competem
nas raias centrais – disse
Suzanne.
– Ele
é o nosso homem– bala. É o melhor no estilo borboleta.
Na
verdade, é o melhor de todo o Estado – acrescentou Beth.
Ivy
já sabia disso. Havia cartazes da equipe de natação espalhados por
toda a escola: Tristan emergindo da
água,
seus ombros movimentando– se rapidamente em direção ao
espectador, seus braços poderosos como se
fossem
asas.
A
pessoa encarregada da publicidade sabia o que estava fazendo ao
escolher aquela foto. E tinha feito
inúmeras
cópias, o que foi muito bom, pois todos os cartazes de Tristan
viviam desaparecendo – indo parar
dentro
dos armários das garotas.
Foi
em algum momento no meio dessa loucura de cartaz que Beth e
Suzanne começaram a pensar que
Tristan
estava interessado em Ivy. Bastaram dois encontrões no corredor em
um mesma semana para convencer
Beth,
a criativa escritora que já tinha lido uma coleção de romances de
bolso.
– Mas
Beth, já dei vários encontrões em você. Você sabe como eu sou –
argumentou Ivy.
–
Sabemos
– disse Suzanne. – Cabeça nas nuvens. Quilômetros de distância
da Terra. Vive no mundo dos
anjos.
Mas, mesmo assim, acho que a Beth tem razão quanto a isso. Lembre–
se, foi ele quem deu um encontrão
em
você.
–
Talvez
ele seja desajeitado fora da água. Como os sapos – disse Ivy,
sabendo que não havia nada de
desajeitado
em Tristan Carruthers.
Lembrou–
se de seu primeiro dia na escola. Estava nevando e era inicio de
janeiro. Uma líder de torcida tinha
sido
designada para mostrar a escola a Ivy e fez questão de lhe mostrar
quem era Tristan quando se dirigiam à
lanchonete
lotada.
– Você
provavelmente se interessa por atletas – disse a líder de torcida.
Na
verdade, Ivy estava ocupada tentando entender o que era aquela coisa
verde que estavam servindo aos
alunos
na lanchonete.
– Na
sua escola em Norwalk, as garotas devem sonhar com os astros do
futebol. Mas muitas das garotas de
Stonehill…
Sonha
com ele, Ivy pensou assim que percebeu o olhar da líder de torcida
concentrar– se em Tristan.
– Na
verdade, prefiro alguém que tenha cérebro – disse Ivy.
– Mas ele tem cérebro! – insistiu Suzanne quando Ivy lhe contou sobre o que tinha conversado anteriormente
com
a líder de torcida.
Suzanne
era a única garota que Ivy já conhecia em Stonehill e, de algum
modo, ela tinha conseguido
encontrar
Ivy no meio da multidão naquele dia.
– Estou
falando de um cérebro que não esteja cheio d‘água –
acrescentou Ivy.
– Você
sabe que eu nunca dei bola para atletas. Quero alguém com quem eu
possa conversar.
– Você
já conversa com os anjos – disse Suzanne.
– Não
começa com isso – avisou Ivy.
–
Anjos?
– Beth perguntou. Ela estava sentada à mesa ao lado, ouvindo a
conversa delas. – Você fala com
anjos?
Suzanne
revirou os olhos, mostrando– se incomodada por ter sido
interrompida. Em seguida, voltou à
atenção
para Ivy novamente. – Será que em algum lugar nessa sua coleção
de asas há um anjo de amor?
–Sim.
– Que
tipo de conversa você tem com eles? – Beth perguntou novamente.
Ela abriu um bloco de anotações e
foi
logo pegando o lápis como se fosse escrever tudo p que Ivy ia dizer,
palavra por palavra.
Suzanne
ignorou a presença de Beth. – Bom, se você realmente tem um anjo
do amor, Ivy, ele não está
fazendo
muito bem o seu trabalho, não é mesmo? Alguém precisa lembrá–
lo de sua missão.
Ivy
deu de ombros. Seus dias estavam muito ocupados e não havia tempo
para prestar atenção nos rapazes.
Tinha
de se dedicar à musica, ao trabalho na loja, à manutenção de suas
notas acima da média, além de ajudar a
cuidar
do seu irmão de oito anos, Philip. Os últimos meses tinham sido
muito tumultuados para Philip, sua mãe,
e
até para ela mesma. Não teria agüentado sem a ajuda dos anjos.
Depois
daquele dia de janeiro, Beth passou a procurar Ivy para perguntar
sobre sua crença nos anjos, bem
como
para lhe mostrar alguns de seus contos românticos. Ivy gostava de
conversar com ela. Beth era uma garota
de
rosto redondo e cabelos tingidos, na altura dos ombros. Vestia– se
de um jeito que variava entre o estranho e
o
fora de moda, e vivia romances incrivelmente apaixonados – só na
sua imaginação.
Suzanne
tinha magníficos cabelos pretos e sobrancelhas e bochechas
expressivas, também vivia uma vida de
muitas
paixões – na sala de aula e nos corredores, deixando os garotos da
escola Stonehill emocionalmente
exaustos.
Beth e Suzanne nunca tinham sido amigas, mas, no final de fevereiro,
tinha se unido na tentativa de
transforma
Ivy e Tristan em um casal.
– Ouvi
dizer que ele é bem esperto – disse Beth durante uma almoço na
lanchonete.
– Ele
é todo cérebro – concordou Suzanne. – O melhor aluno da classe.
Ivy
ergueu a sobrancelha.
–Ou
um dos melhores.
–
Natação
é um esporte sutil – continuou Beth – Sei que parece que a
pessoa está indo para frente e para trás,
mas
um cara como o Tristan planeja, ele tem uma estratégia complexa para
vencer cada competição.
– Ah–
hã – disse Ivy.
– O
que a gente quer dizer é que basta você vir a uma competição de
natação – disse Suzanne.
– Mas
tem de se sentar bem na frente – sugeriu Beth.
– E
pode deixar que eu escolho suas roupas neste dia – acrescentou
Suzanne. – Você sabe que eu sei te
produzir
muito melhor do que você mesma.
Ivy
balançou a cabeça positivamente, imaginando por que suas amigas
achavam que alguém como Tristan
estaria
interessado nela.
Mas,
quando Tristan apareceu na reunião dos alunos do segundo ano do
Ensino Médio dizendo a todos que
a
equipe de natação precisava da sua presença na ultima competição,
sem tirar os olhos de Ivy o tempo todo,
sentiu
que tinha uma chance.
– Se
agente perder essa competição, você vai ficar com a consciência
pesada – disse Suzanne.
Era
final de março e Ivy estava observando Tristan balançar seus braços
e pernas. Ele tinha uma constituição
perfeita
de nadador – ombros poderosos e largos e cintura fina. A touca
escondia seus lisos cabelos castanhos,
mas
ela lembrava que eram curtos e espessos.
– Cada
pedacinho dele é feito de músculos – suspirou Beth. Depois de dar
vários cliques na caneta, que já
tinha
pego de volta de Suzanne, começou a escrever no seu bloquinho. Como
rocha reluzente. Sinuosa na mão do
escultor,
fundida nos dedos do amante…
Ivy
deu uma olhada no bloquinho de Beth. – O que você está fazendo,
poesia ou romance?
–Tem
diferença? – respondeu Beth.
–
Nadadores,
preparem– se! – disse o organizador da competição em voz alta e
todos subiram em seus
trampolins.
– Ah, meu Deus! Aquelas sunguinhas não deixam muito espaço para imaginação, não é mesmo? Imagino
como
p Gregory ficaria em uma delas – murmurou Suzanne.
Ivy
a respondeu. – Fale mais baixo. Ele está bem ali.
– Eu
sei – disse Suzanne, passando as mãos pelos cabelos.
– Aos
seus lugares…
Beth
inclinou– se para dar uma olhada em Gregory Baines.
Seu
corpo esbelto e longilíneo, faminto q quente.
Bum!
– Você
sempre usa essas palavras – disse Suzanne.
Beth
concordou. – É que são palavras fortes, parecem combinar
com sua respiração. Faminto, excitado,
emocionante…
– Você
vai tentar pelo menos assistir à competição? – disse Ivy,
interrompendo a conversa.
– São
400 metros, Ivy. Tudo o que Tristan tem de fazer é ir para frente e
para trás.
–
Entendi.
E aquela historia de ele ser totalmente cérebro, com uma complexa
estratégia de vitória no sutil
esporte
da natação? – perguntou Ivy.
Beth
estava escrevendo novamente: nadando como um anjo. Desejando que suas
asas molhadas servissem de aconchego
para
Ivy. – Eu estou muito inspirada hoje!
– Eu
também – disse Suzanne alternando seu olhar entre Gregory e os
corpos que se aqueciam para nadar.
Ivy
viu o que ela estava fazendo, mas voltou a se concentrar nos
nadadores novamente. Nos últimos três
meses,
Suzanne corria atrás de Gregory Baines de forma quente, excitante e
faminta. Ivy queria que Suzanne se
interessasse
por outra pessoa e que isso acontecesse logo, muito rápido, antes do
primeiro sábado de abril.
– Quem
é aquela moreninha? – perguntou Suzanne. – Odeio tipos mignon.
Ela não combina com Gregory.
Rostinho,
mãozinhas, pezinhos.
–
Peitões!
– disse Beth, olhando para cima.
– Quem
é ela? Você já a viu antes, Ivy?
–
Suzanne,
você está na escola há mais tempo do que…
– Você
nem está olhando – disse Suzanne, cortando a frase de Ivy.
–
Porque
estou olhando para o nosso herói. Não é isso que eu devia estar
fazendo? O que significa
Demolidor?
Todo mundo grita Demolidor quando Tristan faz a volta.
– É
o apelido dele – respondeu Beth – Por causa da forma como ele
ataca a parece, arremessando– se contra
ela
com a cabeça primeiro. Assim, consegue dar um impulso mais rápido.
–Entendi
– disse Ivy. – É, ele parece mesmo um cérebro total para mim,
atirando– se contra uma parede de
concreto.
Quanto tempo normalmente duram essas competições?
–Ivy,
por favor – implorou Suzanne, pegando– a pelo braço.
–Veja
se você sabe quem é a morena.
–Twinkie.
–Você
está inventando! – disse Suzanne.
– É
a Twinkie Hammonds – insistiu Ivy. – Ela faz aula de musica
comigo.
Percebendo
que Suzanne não parava de encará– la, Twinkie virou– se para
ela e fez uma careta. Gregory
prestou
atenção em tudo, olhando por cima dos ombros. Ivy conseguiu notar
que ele estava se divertindo com a
situação.
Gregory
Baines tinha um sorriso encantador, cabelos escuros e olhos
acinzentados. Olhos acinzentados
muito
maneiros, pensou Ivy. Era alto, mas não era a sua altura que fazia
com que se destacasse no meio da
multidão.
Era sua autoconfiança. Ele era como um ator, como uma estrada de
cinema fazendo seu papel, e,
quando
o show terminava, afastava– se dos demais por acreditar ser melhor
que os outros. A família Baines era
a
mais rica da cidade de Stonehill, mas Ivy sabia que não era por
causa do dinheiro de Gregory, e sim por causa
dessa
frieza, dessa indiferença, que Suzanne estava louca por ele. Suzanne
sempre queria o que não podia ter.
Ivy
pegou no braço da amiga suavemente e apontou para os nadadores que
estavam se alongando para
começar
a competir, esperando, assim, distraí– la de alguma forma. Depois
gritou: Demolidor!, quando Tristan
começou
a última volta. – Acho que estou pegando o jeito – disse. Mas
percebeu que os pensamentos de
Suzanne
continuavam em Gregory. Dessa vez, temia Ivy, Suzanne parecia estar
profundamente apaixonada.
– Ela
está olhando para nós. Está vindo na nossa direção – disse
Suzanne toda animada.
Ivy
sentiu a tensão em seu corpo. – E a cachorrinha de estimação
está vindo logo atrás.
Por
quê? Ivy se perguntou. O que Gregory teria pra falar com ela depois
de passar três meses ignorando– a?
Em
janeiro, entendeu rapidamente que Gregory não tinha a intenção de
notá– la. E, como se tivessem feito um
acordo
silencioso, nem ele nem Ivy falaram nada sobre o fato de que o pai
dele iria se casar com a mãe dela.
Poucas
pessoas sabiam que Gregory e Ivy passariam a morar na mesma casa no
começo de abril.
– Oi,
Ivy! – Twinkie foi a primeira a falar. Ela tentou se sentar perto
de Ivy, ignorando Suzanne e mal
olhando
para a Beth. – Acabei de falar para o Gregory que sempre me sento
ao seu lado na aula de música.
Ivy
olhou para a garota com surpresa. Nunca tinha percebido em que lugar
Twinkie se sentava.
– Ele
disse que nunca ouviu você tocar piano, e eu estava falando para ele
como você toca bem.
Ivy
abriu a boca para falar, mas não conseguiu pensar em nada para
dizer. Na última vez em que tocou
alguma
composição sua na sala, tudo o que Twinkie fez para mostrar seu
interesse foi lixar as unhas.
Foi
ai que Ivy percebeu que Gregory estava olhando para ela. Quando ela
olhou para ele, este piscou. Ivy
apontou
para suas amigas e disse: – Vocês conhecem Suzanne Goldstein e
Beth Van Dyke?
– Não
muito – ele disse, sorrindo para as duas.
Suzanne
estava radiante. Beth olhava para todos com o interesse de uma
pesquisadora, o tempo todo
clicando
sua caneta.
– Sabe
de uma coisa, Ivy? A partir de abril você vai morar bem perto da
minha casa – disse Twinkie. – Vai
ficar
mais fácil se a gente começar a estudar juntas agora.
Mais
fácil?
– Posso
te dar uma carona para escola. É rapidinho da minha casa até a sua.
Rapidinho?
–
Talvez
a gente possa passar mais tempo juntas?
Mais
tempo?
–Então,
Ivy – disse Suzanne, piscando exageradamente seus longos cílios. –
Você nunca me contou que era
tão
intima da Twinkie! Talvez nós todas devêssemos passar mais tempo
juntas. Você iria gostar de ir à casa da
Twinkie,
não iria, Beth?
Gregory
mal conseguiu esconder o riso.
–
Devíamos
fazer uma noite de pijama, Twinkie.
Twinkie
não pareceu muito entusiasmada.
–
Poderíamos
falar sobre os rapazes e fazer uma votação de mais bonitão daqui.
Suzanne
voltou sua atenção para Gregory, olhando– o de cima a baixo,
prestando atenção em cada detalhe.
Ele
continuo mostrando que estava se divertindo muito.
–Conhecemos
outras garotas, da escola antiga da Ivy em Norwalk – Suzanne
continuou de forma animada.
Sabia
que as garotas da alta sociedade de Stonehill, que iam e voltavam
todo dia de Nova York, não tinham nada
a
ver com as caipiras de Norwalk.
– Elas
iam adorar vir até aqui. Assim podemos ser todas amigas. Você não
acha que seria muito legal?
– Não,
não acho – disse Twinkie dando as costas para Suzanne.
– Foi
muito bom conversar com você, Ivy. Espero vê– la em breve. Venha,
Gregory, está muito lotado aqui.
– disse
Twinkie, aninhando– se debaixo dos braços dele.
Assim
que Ivy voltou sua atenção para a piscina, Gregory pegou em seu
queixo. Com as pontas dos dedos,
virou
o rosto dela na sua direção. Estava sorrindo.
–
Ingênua,
Ivy – disse. – Você parece envergonhada! Isso tem acontecido
comigo também, sabia? Há muitos
rapazes,
que eu mal conheço, que de repente passaram a agir como se fossem
meus melhores amigos, e estão
contando
com o fato de poderem me visitar a partir da primeira semana de
abril. Porque você acha Ivy que isso
está
acontecendo?
Ivy
deu de ombros. – Acho que é porque você é uma pessoa muito
popular.
– Você
é mesmo ingênua! – disse ele. Ela queria que ele parasse de pegar
no seu pé. Olhou para a outra
arquibancada,
onde estavam os amigos dele. Eric Grent e um outro rapaz conversavam
com Twinkie e riam. O
supermaneiro
Will O‘ Leary olhava para ela.
Gregory
tirou a mão do queixo dela. Saiu balançando a cabeça e foi em
direção a seus amigos, seus olhos
ainda
mostravam o quanto estava se divertindo com a situação. Quando Ivy
voltou sua atenção para a piscina
novamente,
viu que três rapazes com toucas de borracha e sungas exatamente
iguais estavam olhando para ela.
Não
fazia a mínima idéia se algum deles era Tristan.
Capitulo
2
...
Disponível
em:
Acesso
em: 24 maio 2012